Carga horária volta à cena em Portel |
Por Emanoel Bitencourt (adaptações de Ronaldo de Deus)
No atual governo municipal de
Portel, o prefeito, a secretária de educação e quatro vereadores são
professores, sendo três da situação. Todos, se não tem, mas deveriam ter uma
visão bem apurada dos mecanismos que impulsionam o desenvolvimento da educação,
de cujo processo faz parte a "habilitação e competência" para
trabalhar em áreas específicas do ensino. Ora, mas o quadro de professores
"construído" pela SEMED e vereadores não considerou tal fator.
Professores formados em Matemática
foram lotados com carga horária de CFB, com tantos professores habilitados na
área, professores graduados e graduandos em Educação Física não tiveram
prioridade para ministrar a disciplina, estando outros professores sem formação
específica em seu lugar. Tudo pelo simples prazer de deixar de fora professores
que foram oposição na campanha eleitoral. Nada contra os professores de
matemática. Se fosse o inverso, eu teria a mesma opinião. Sem falar do descaso
para com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, que é um programa de
relevância nacional e principalmente de extrema importância para o
desenvolvimento do ensino-aprendizagem no 1º ciclo de alfabetização.
Dica: transformação social não
consiste apenas em construção de praças, limpeza de ruas e tapagens de buracos.
É necessário, principalmente, valorizar a educação independentemente de siglas
partidárias. Nossas crianças não podem ser vítimas de um sistema que não sabe
dissociar os ideais políticos partidários do profissionalismo. Só tenho a
lamentar por esta triste realidade. Isto é Brasil, isto é Portel.
Comentário do blog
Após muitos posts sobre o assunto
CARGA HORÁRIA e formação específica, essa é uma amarga decepção para o blog
Educadores de Portel. Digo isso porque um número de vereadores acostumados com
a prática do fisiologismo e acirrado assistencialismo vem achatando a educação
no município de Portel, especialmente da zona rural. A praga mantida por
vereadores tirados à força do mandato por um povo que ouviu as críticas ferozes
quanto a essa atitude criminosa parece que vai continuar nos novos eleitos.
Tem vereadores que, na linguagem
de um amigo, estão como gaviões dentro da SEMED, influenciando negativamente a
colocação de professores que não dominam o assunto, nem tampouco tem a formação
devida. Que futuro estamos dando aos nossos filhos, senhores vereadores?
Ao postar o texto do Emanoel
Bitencourt, sinto um eco preponderante no meu grito. Oxalá outros professores
também bradem conosco, pois muito me entristece uma cambada de apanhiguados
falando mal da gente indevidamente. É indevido sobretudo porque não publicamos
fatos frutos da nossa mente, mas são embasados nas ocorrências do nosso
combalido setor da educação, que defenderemos até as últimas consequências, até
porque esses caras nem sequer se deram ao luxo de estudar para verear. Embora
tenhamos salientado o fator analfabético (para parodiar o meu antagônico amigo
Ernanes Pinheiro), é perceptível o fator do analfabetismo político mesmo entre
os professores atualmente no poder, que não movem uma palha para que cessem
essa onda criminosa que assola a educação do município.
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