Muitos dos meus amigos me
perguntaram o que é que está acontecendo em São Paulo. Mencionaram que viram na
TV reportagens sobre uma série de protestos iniciada na quinta-feira (6).
Disse-lhes que o movimento questiona o aumento das tarifas de trem, Metrô e
ônibus em São Paulo para R$ 3,20, em vigor desde o início do mês.
Adverti-os também que mobilizações
semelhantes já foram registradas neste ano em outras cidades do país.
Considerei que, em relação à capital
paulista, os envolvidos nos atos já têm histórico de protestos contra reajustes
nas passagens desde a década passada.
De acordo com o site G1, entre os
grupos mais conhecidos está o Movimento Passe Livre (MPL), que tem organizado
os protestos recentes recrutando pessoas, inclusive, pelas redes sociais. Reporta
o site que movimento foi fundado em uma plenária no Fórum Social Mundial em
2005, em Porto Alegre.
Há notícias que dão conta que as primeiras ações pelo transporte gratuito em São Paulo começaram ainda em 2004, com inspirações em iniciativas ocorridas em Salvador (Revolta do Buzú, em 2003) e Florianópolis (Revolta da Catraca, em 2004).
No início, discussões do MPL feitas
em escolas públicas da Zona Sul e da região de Pirituba defendiam o passe livre
apenas para estudantes. Porém, tempos depois, o movimento ganhou o apoio de
universitários, movimentos comunitários, de moradia e de saúde. Atualmente, o
MPL defende que a passagem seja gratuita para todos.
Os líderes do movimento que se intitula
apartidário, não divulga uma estimativa do número de integrantes e diz contar
com apoio de doações voluntárias para financiar panfletos e o material
utilizado nas discussões.
A dimensão do movimento parece se
engendrar mais a cada dia, pois outro grupo que também convocou seus seguidores
a participar das manifestações no início da semana foi o MOVIMENTO MUDANÇA JÁ,
que se define em sua página no Facebook como apartidário. O movimento se diz
defensor de "uma gestão pública eficiente, da educação e da
cidadania". No sábado (8), grupo organizou protesto relâmpago na Marginal
Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.
O Movimento Mudança Já chegou a
sugerir em rede social uma campanha de boicote, que consistia em pagar as
passagens de ônibus, trem ou metrô com notas de R$ 20 e R$ 50. O objetivo era
que, sem troco, a companhia fosse obrigada a deixar "passar de
graça".
Desta vez, os protestos tiveram
início após o aumento da tarifa, de R$ 3 para R$ 3,20, nos meios de transporte
da cidade. Segundo o MPL, “todo aumento de tarifa é injusto e aumenta a
exclusão social.”
O aumento de 6,7%, no entanto,
ficou abaixo da inflação no período – a tarifa dos ônibus, por exemplo, custava
R$ 3 desde janeiro de 2011. Caso fosse aplicado o reajuste da inflação
acumulada no período pelo IPC/Fipe, o novo valor seria de R$ 3,40, segundo a
Prefeitura.
Vandalismo
Neste ano, o primeiro protesto em
São Paulo foi registrado na quinta-feira (6). Ao menos 15 pessoas foram
detidas. Na Avenida Paulista, estações de Metrô, bancas de jornais e foram
depredados. Ônibus foram pichados.
O MPL afirmou que não é responsável
pelos atos de vandalismo e que os protestos do grupo foram reprimidos com
truculência pela Polícia Militar. A PM disse que usa a força apenas para
liberar o tráfego em vias importantes da cidade bloqueadas pelos manifestantes.
Notícias dão conta que a ordem da
repressão partiu do governador Geraldo Alckmin.
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