Em recente viagem aérea, um amigo
sobrevoou uma área que fica cerca de 110 quilômetros da sede do município e
encontrou aquilo que eu chamo o Elo Perdido da cultura portelense.
De acordo com o meu amigo, que
chegou lá de helicóptero, o cidadão que vive isolado na floresta de Portel, tem
procedência maranhense. Sua vida é mantida através da produção antes vista até
nos quintais das casas da sede do município.
Lembro-me muito bem que os
quintais costumavam ter limão da terra, limão caiana, abacateiros, mangueiras,
taperebazeiros, hortaliças. Também era comum ver lindas galinhas e patos
rechonchudos a deslizar pelos quintais.
Em viagens ao interior de Portel,
meu pai percorria de barco os rios do município de Portel e, ao retornar,
trazia produtos do mato. Entre eles, o mari, a castanha do Pará. De comida
silvestre, encontrava-se no meio das conquistas, a carne de caça, ovos de
diversas aves e peixe.
Hoje, o caboclo compra peixe na
cidade pra levar ao interior, onde outrora foi lugar pujante na produção de
pescado! Desta forma, entendo mesmo que aquele é o elo perdido da história de
nosso povo, apesar de ter nascido em outra terra (nesse momento o debate se
acirra, catacumbas são sacudidas, num frenesi de contestações, mas, fazer o
quê??).
Agora, resta-me conseguir um
patrocínio e fazer a viagem ao quilômetro 110 e constatar in loco a história
vivenciada pelo meu amigo. Bem que esta viagem poderia ser feita de moto... Que
tal?
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