No período de escolha dos novos
coordenadores do SINTEPP, muitas discussões aconteceram e não se pode relevar.
Tem que ser colocada em pauta, sobretudo porque essas experiências servem para
engrandecer a nossa vida, tanto pessoal como profissional e sindical.
Dentre as questões levantadas,
algumas se centram na disputa interna do sindicato, mas há aquelas que, nessa
ânsia de atingir tais fins, acabam comprometendo a imagem da própria
instituição. Sou favorável que se tome uma atitude no sentido de proteger a
imagem do sindicato.
Ao que lembro que, de um universo
de mais de mil servidores, apenas 303 estão na lista dos aptos a votar, aí se
entendendo os contribuintes com valores que vão de R$ 13,56 a R$ 31,34,
dependendo do salário. Vê-se, assim, que desse universo temos menos de 40% que
não são sindicalizados. Muitos nem podem se associar ao sindicato, já que são
temporários e governo nenhum gosta de servidor sindicalizado, de gente unida.
De acordo com Randel, da
coordenação estadual do SINTEPP, a ausência do povo paraense da sua própria
organização é geral. Portanto, não é coisa de portelense se afastar de sua
organização social e, no caso específico dos professores, da organização
sindical. Randel afirma que o elo que liga o professor ao sindicato está
diretamente ligado à questão do salário. Ou seja, se ferir esse direito, o
professor se lança ao peito da coordenação. Aparte do comentário de Randel,
suscito a ideia de que há ainda aquele que prefere barganhar com os políticos,
enfraquecendo ainda mais seu poder de fogo.
Nós estamos distantes da tão
almejada organização social. Se por um lado temos um professor com alta
formação (em diversas áreas do conhecimento que proporcionam ampla visão acerca
das lutas de classe), essa formação não coaduna com seu posicionamento. Isso
ficou visível durante a greve, pois a população viu professores incitarem
alunos a não aprovarem o movimento justo de cobrança de direitos devidos; por
outro lado, no entanto, só para ilustrar o parágrafo anterior, as associações
são comandadas por pessoas com baixa escolaridade. Ou seja, se o homem e a
mulher com alta formação não atinam para a luta por meio institucionalizado (um
sindicato, por exemplo), quem vai assumir seus postos são o João da esquina e a
Dona Maria da verdura (nomes fictícios).
Como as discussões se tornam
acirradas, surge então o professor que pensa que ainda é sindicalizado e não o
é mais por conta de uma mudança, como aconteceu com a municipalização nos anos
90. Tais professores queriam votar, mas foram impedidos porque não mais são
sindicalizados, já que não tinham meios de comprovação como o necessário
contracheque. Agora me respondam: um cara desses dormiu durante dez anos como
se fosse um urso a hibernar no inverno e não sabe nada da sua instituição, é
justo cobrar demais se não contribui?
Como uma conversa puxa a outra,
há entre nós aqueles que cobram demais, mas nunca fazem nada, como se fossem
uma torcida na plateia. Outros chegam até a se posicionar como patrões, do tipo
que paga e quer que os empregados façam por eles. Não vão na reunião e não
sabem se há prestação de contas, se tem ou não juiz e promotor na cidade, se o
cara lá do sindicato teve sua carga horária reduzida por perseguição políticas,
se a mulher do cara não compreende as intermináveis reuniões, etc. “Pago o
sindicato para ele fazer por mim”, diz o jurássico servidor.
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