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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Melgaço reage diante do IDH muito baixo: E Portel?



Fiquei contente ao ver a publicação do texto a seguir, feito pelo Marajó Online: 

“A prefeitura de Melgaço, na ilha do Marajó, firmou, na segunda semana deste mês (14), uma parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) para investir na qualificação dos professores e melhorar a educação básica do município. A proposta surgiu como uma medida após Melgaço ser considerada a cidade com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, segundo o “Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013″, divulgado no mês de julho pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

A iniciativa visa implantar turmas do Plano Nacional de Formação de Professores (Parfor) no município. De acordo com o prefeito de Melgaço, Adiel Moura de Sousa, aproximadamente 160 professores da pré-escola ao 5º ano ministram aulas sem ter o ensino superior.”

Tenho continuamente alertado sobre o desvirtuamento do propósito do Plano Nacional de Formação, que insere pessoas não pertencente ao quadro municipal de ensino em cidades do Marajó, tendo como principal exemplo a cidade de Portel.  Na última turma do Parfor em Portel (digo última porque a gestão municipal não se preocupou em dar continuidade ao convênio, mesmo sabendo que o número de contratados é grande), há um número excessivo de contratados. Esses dados são de pleno conhecimento do governo municipal, já que servidores da SEMED expuseram gráficos mostrando a quantidade de professores sem formação na última conferência da educação, fato ocorrido no primeiro semestre deste ano.

Novamente a educação está em crise. Se por um lado o governo se queixa de falta de recursos diante do achatamento provocado pela presidente Dilma Rousseff (veja os dados nas páginas do Conselho Nacional dos Municípios), por outro o governo municipal de Portel não vê outra alternativa senão cortar a gratiicação de nível superior daqueles professores que trabalham com períodos distintos de sua formação. Por exemplo, Maria Elza é efetiva, mas possui apenas o Ensino Médio e, como forma de auferir os 80% de gratificação de nível superior, fez um curso de Biologia pela UVA. Pela portaria nº 114, de 31 de julho de 2013, a servidora perderá a gratificação. Com um empréstimo na modalidade consignada, a servidora ficará sem condições de manter custos básicos como a própria alimentação.

A história continua a se repetir, pois basta dar uma olhada no resultado da seletiva do Parfor deste ano, particularmente cito exemplo das turmas de educação física que acontecerá na cidade de Breves. Suficiente um pouco de senso aguçado para entender que esses professores estão migrando para uma área com bastante vagas, mas que não contemplam a formação necessária de sua área. Estão, portanto, sujeitos a perder a gratificação de 80%, já que não sabiam que a Porcaria 114 seria editada e publicada neste segundo semestre.

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