Com a maior
rotatividade de professores da história da educação portelense ocorrida em
2014, parece que os responsáveis pela Casa da Mãe Joana não aprenderam a lição.
Talvez porque a informação não tenha chegado ou porque ninguém acompanha a
história, que se repete.
O ano letivo de 2013,
da escola Ezídio Maciel, foi marcado por muitas dificuldades e estorvos. Haja
vista ser verdadeiro afirmar que quando uma escola não apresenta problema deve
ter algo errado, pois sabemos que a educação com realidades complexas, como é o
caso do município de Portel, não é nada fácil, principalmente se levarmos em
consideração os aspectos pedagógico, administrativo, socioeconômico e
territorial do município.
Porém, este não é o
caso específico da escola Ezídio Maciel, isto é, os problemas acima citados,
são entraves que todas as escolas têm, embora algumas saibam melhor conduzir o
processo educativo do que outras. Talvez por falta de ações mais bem
planificadas, ou mesmo por falta de interesses por parte dos autores
envolvidos. Pois o principal impasse desta escola núcleo refere-se à ausência
de ética, didática, e a conduta moral e cultural de alguns servidores deste
estabelecimento de ensino.
Vejamos os fatos:
No inicio das aulas em
março, houve uma reunião na escola Rafael Gonzaga com todos os professores,
direção, auxiliar de secretaria e coordenação desse núcleo, com o objetivo era
apresentar o novo corpo docente da escola, suas carga horárias e a escola de
atuação a cada docente. Só que ao retornar às escolas de origem mudanças
bruscas aconteceram, pois alguns professores tiveram que ser remanejados para
outras escolas, para dar espaços aos privilegiados dos políticos.
Em maio houve o
planejamento pedagógico da escola, com todos os professores, o mais
interessante deste planejamento foi que a escola tem um projeto político pedagógico,
elaborado pela coordenação na época em que estava atuando neste cargo, que não
foi enfatizado em nenhum momento do planejamento. Ou seja, a cada mudança na
estrutura administrativa e pedagógica, fazia-se um novo plano.
E o que foi mais
impactante neste processo foi o fato de se fazer um plano de ensino
fundamentado na proposta do município e não do PPP da referida escola.
Questionou-se para que fazer um plano de ensino baseado na proposta do
munícipio, se a escola tem um PPP? Então a educação em Portel é um faz de
conta? Que o tempo e os recursos públicos aplicados nesta ação não valem nada?
Que podemos ensinar qualquer coisa de qualquer forma aos educandos? Que as
realidades deles não interessam à sua formação. (quem ousou questionar tudo
isso foi punido com remoção para outra unidade escolar e também sofreu
duríssima redução de carga horária e, com empréstimo que não restará nem para
alimentação, espera-se um mandato de segurança)
Lembrem-se no inicio
dos relatos falei dos problemas administrativos, pedagógicos e territoriais, ou
seja, das subjetividades de cada lugar, não considerar o PPP da escola é negar
sua própria identidade, uma vez que é ele que norteia todo o processo social,
cultural, econômico, ambiental e educativo da instituição. Sem este instrumento
não se consegue mensurar o que deu certo e o que deu errado no processo
educativo, sem mecanismos indicadores não se pode avaliar nenhuma ação.
Além do mais, há outros
problemas que dificultam o desenvolvimento deste estabelecimento, refere-se às
ausências dos gestores que são contínuas na escola, causando diversos problemas
para a comunidade escolar. Dentre eles destaco: falta de material didático,
entrega de merenda, combustível, comunicação, infraestrutura, orientação
pedagógica, ameaças de remanejamento de professores, e que é mais grave sem
justificativas formais de suas faltas.
Principalmente, porque,
os demais profissionais desta escola são punidos em suas ausências, caso não
haja justificação por escrito destes profissionais. E, também, são punidos
alguns profissionais mesmo tendo apresentado documentação oficial, foi o que
aconteceu uma professora, onde estava licenciada por seis dias, para realizar
trabalhos da faculdade, mas mesmo assim foi penalizada. A pergunta que faço é a
seguinte: por que só docentes, serventes, barqueiros e vigias têm obrigações de
justificar suas faltas? Haja vista que direção, vicedireção e coordenação
também são funcionários iguais a nós, com os mesmos direitos e deveres?
Outro problema é o caso
do uso indevido do combustível e do barco da gestão escolar. Ocorre que algumas
vezes este transporte foi utilizado para fins não administrativos e
pedagógicos, como foi o caso do uso da embarcação para irem às festas em outras
localidades e municípios.
Uma questão crítica
aconteceu no final do segundo semestre, quando a direção e vicedireção
resolveram transferir de uma escola anexa, para o núcleo uma funcionaria de
serviços gerais, que está cumprindo estágio probatório, para atuar como
auxiliar de secretaria da instituição. Olha o absurdo, vários erros foram
cometidos, primeiro esta funcionaria se encontra num cumprimento do estágio, o
que caracteriza uma disfunção, depois a discriminação em relação aos outros
funcionários de sua categoria, em seguida agiram como se fossem a secretária de
educação, ao tomar a decisão de transferir e promover a profissional de
alimentos e limpeza para a escola núcleo como auxiliar administrativo.
Uma situação que merece
ênfase refere-se ao Conselho Escolar este por sua vez, não realizou a prestação
de contas nem com sua diretoria tampouco com a comunidade. Motivo foi o fato da
direção da escola ter tomado a frente dos trabalhos do conselho, sem nenhuma
noção do que é e qual a função do mesmo. Resultado fizeram uma reunião com o
conselho, de inicio era uma prestação de conta, do meio pro fim passou a ser
uma reunião apenas para esclarecimento, porque simplesmente não havia naquele
momento os documentos necessários para serem analisados pela diretoria.
Também houve problema
com a quarta avaliação, pois não foi realizada a semana de avaliação. Ficando
por conta dos professores e a seu modo, ou seja, de acordo com as habilidades
do aluno, porque obrigatoriamente tiveram de passar a avaliação às vezes em um,
e às vezes em dois horários. E isso, quando os discentes conseguiam terminar em
tempo hábil a avaliação.
Mas os problemas não
terminam por ai, no dia 26 a 28 de novembro, a turma de 5ª série “B”, não
tiveram mais aulas de inglês, porque segundo a professora, que ministra tal
disciplina havia doado seus horários para outra docente, pelo fato de que
segundo ela não tinha mais conteúdos para ser trabalhado, pois havia passado
tudo e, que por isso doou para a outra professora.
Outros problemas estão
relacionados ao comportamento de alguns servidores, que acreditam que seus
valores culturais são iguais aos costumes e valores ribeirinhos. E na verdade
não são, pois os ribeirinhos têm costumes, crenças e hábitos completamente
diferentes. E, justamente, por esta diversidade a comunidade é rotulada com os
piores adjetivos, tais como: problemática, infernal e etc... Sendo que quem
causa tais problemas não são os comunitários, e, sim as pessoas que impõem seus
valores aos princípios e valores ribeirinhos.
Em meados do mês de
outubro aconteceu um fato gravíssimo, onde uma professora, do ciclo de
alfabetização teve que ir à cidade para comprar materiais à comemoração do dia
do professor. Ocorre que esta docente havia pedido à coordenadora que assumisse
sua turma, confiante que isto aconteceria foi fazer sua viagem. Mas para
surpresa de todos não aconteceu, pois a coordenadora amanheceu ressacada e não
pode dar aula, e nem compareceu na escola. Para resolver o problema da aula do
ciclo de alfabetização, ela pediu ao agente de serviços gerais que assumisse a turma
em seu lugar. Em nenhum momento esses deslizes foram considerado nos suspeitos
relatórios do vice-diretor e do coordenador. E que estes são ligados a
políticos.
Mas essas questões pessoais que influenciam as decisões de interesse ou vingança não estão restritas ao polo Acutipereira. Em 2013, no Pacajá também se constataram situações semelhantes. Um professor foi denunciar o diretor de um núcleo do Pacajá, e chegou dizendo que ia transferir o professor, fato que se deu mesmo neste ano de 2014. Afirmou que não adiantava denunciá-lo porque o prefeito, a secretária de educação e outros poderosos do município o apoiam. O professor foi mesmo transferido para o núcleo do Camarapi.
Ainda no Pacajá, na escola Arco Íris, duas professoras foram lotadas neste ano com 200 hs, por serem irmãs de vereadores enquanto que a outra que já está nesta escola há vários anos ficou com apenas 100 hs.
Nenhum comentário:
Postar um comentário