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sábado, 8 de fevereiro de 2014

Relatório de diretores derrubaram portaria da secretária de educação de Portel



Com a maior rotatividade de professores da história da educação portelense ocorrida em 2014, parece que os responsáveis pela Casa da Mãe Joana não aprenderam a lição. Talvez porque a informação não tenha chegado ou porque ninguém acompanha a história, que se repete.


O ano letivo de 2013, da escola Ezídio Maciel, foi marcado por muitas dificuldades e estorvos. Haja vista ser verdadeiro afirmar que quando uma escola não apresenta problema deve ter algo errado, pois sabemos que a educação com realidades complexas, como é o caso do município de Portel, não é nada fácil, principalmente se levarmos em consideração os aspectos pedagógico, administrativo, socioeconômico e territorial do município.


Porém, este não é o caso específico da escola Ezídio Maciel, isto é, os problemas acima citados, são entraves que todas as escolas têm, embora algumas saibam melhor conduzir o processo educativo do que outras. Talvez por falta de ações mais bem planificadas, ou mesmo por falta de interesses por parte dos autores envolvidos. Pois o principal impasse desta escola núcleo refere-se à ausência de ética, didática, e a conduta moral e cultural de alguns servidores deste estabelecimento de ensino.


Vejamos os fatos:


No inicio das aulas em março, houve uma reunião na escola Rafael Gonzaga com todos os professores, direção, auxiliar de secretaria e coordenação desse núcleo, com o objetivo era apresentar o novo corpo docente da escola, suas carga horárias e a escola de atuação a cada docente. Só que ao retornar às escolas de origem mudanças bruscas aconteceram, pois alguns professores tiveram que ser remanejados para outras escolas, para dar espaços aos privilegiados dos políticos.


Em maio houve o planejamento pedagógico da escola, com todos os professores, o mais interessante deste planejamento foi que a escola tem um projeto político pedagógico, elaborado pela coordenação na época em que estava atuando neste cargo, que não foi enfatizado em nenhum momento do planejamento. Ou seja, a cada mudança na estrutura administrativa e pedagógica, fazia-se um novo plano.


E o que foi mais impactante neste processo foi o fato de se fazer um plano de ensino fundamentado na proposta do município e não do PPP da referida escola. Questionou-se para que fazer um plano de ensino baseado na proposta do munícipio, se a escola tem um PPP? Então a educação em Portel é um faz de conta? Que o tempo e os recursos públicos aplicados nesta ação não valem nada? Que podemos ensinar qualquer coisa de qualquer forma aos educandos? Que as realidades deles não interessam à sua formação. (quem ousou questionar tudo isso foi punido com remoção para outra unidade escolar e também sofreu duríssima redução de carga horária e, com empréstimo que não restará nem para alimentação, espera-se um mandato de segurança)


Lembrem-se no inicio dos relatos falei dos problemas administrativos, pedagógicos e territoriais, ou seja, das subjetividades de cada lugar, não considerar o PPP da escola é negar sua própria identidade, uma vez que é ele que norteia todo o processo social, cultural, econômico, ambiental e educativo da instituição. Sem este instrumento não se consegue mensurar o que deu certo e o que deu errado no processo educativo, sem mecanismos indicadores não se pode avaliar nenhuma ação.


Além do mais, há outros problemas que dificultam o desenvolvimento deste estabelecimento, refere-se às ausências dos gestores que são contínuas na escola, causando diversos problemas para a comunidade escolar. Dentre eles destaco: falta de material didático, entrega de merenda, combustível, comunicação, infraestrutura, orientação pedagógica, ameaças de remanejamento de professores, e que é mais grave sem justificativas formais de suas faltas.


Principalmente, porque, os demais profissionais desta escola são punidos em suas ausências, caso não haja justificação por escrito destes profissionais. E, também, são punidos alguns profissionais mesmo tendo apresentado documentação oficial, foi o que aconteceu uma professora, onde estava licenciada por seis dias, para realizar trabalhos da faculdade, mas mesmo assim foi penalizada. A pergunta que faço é a seguinte: por que só docentes, serventes, barqueiros e vigias têm obrigações de justificar suas faltas? Haja vista que direção, vicedireção e coordenação também são funcionários iguais a nós, com os mesmos direitos e deveres?


Outro problema é o caso do uso indevido do combustível e do barco da gestão escolar. Ocorre que algumas vezes este transporte foi utilizado para fins não administrativos e pedagógicos, como foi o caso do uso da embarcação para irem às festas em outras localidades e municípios.


Uma questão crítica aconteceu no final do segundo semestre, quando a direção e vicedireção resolveram transferir de uma escola anexa, para o núcleo uma funcionaria de serviços gerais, que está cumprindo estágio probatório, para atuar como auxiliar de secretaria da instituição. Olha o absurdo, vários erros foram cometidos, primeiro esta funcionaria se encontra num cumprimento do estágio, o que caracteriza uma disfunção, depois a discriminação em relação aos outros funcionários de sua categoria, em seguida agiram como se fossem a secretária de educação, ao tomar a decisão de transferir e promover a profissional de alimentos e limpeza para a escola núcleo como auxiliar administrativo.


Uma situação que merece ênfase refere-se ao Conselho Escolar este por sua vez, não realizou a prestação de contas nem com sua diretoria tampouco com a comunidade. Motivo foi o fato da direção da escola ter tomado a frente dos trabalhos do conselho, sem nenhuma noção do que é e qual a função do mesmo. Resultado fizeram uma reunião com o conselho, de inicio era uma prestação de conta, do meio pro fim passou a ser uma reunião apenas para esclarecimento, porque simplesmente não havia naquele momento os documentos necessários para serem analisados pela diretoria.


Também houve problema com a quarta avaliação, pois não foi realizada a semana de avaliação. Ficando por conta dos professores e a seu modo, ou seja, de acordo com as habilidades do aluno, porque obrigatoriamente tiveram de passar a avaliação às vezes em um, e às vezes em dois horários. E isso, quando os discentes conseguiam terminar em tempo hábil a avaliação.


Mas os problemas não terminam por ai, no dia 26 a 28 de novembro, a turma de 5ª série “B”, não tiveram mais aulas de inglês, porque segundo a professora, que ministra tal disciplina havia doado seus horários para outra docente, pelo fato de que segundo ela não tinha mais conteúdos para ser trabalhado, pois havia passado tudo e, que por isso doou para a outra professora.


Outros problemas estão relacionados ao comportamento de alguns servidores, que acreditam que seus valores culturais são iguais aos costumes e valores ribeirinhos. E na verdade não são, pois os ribeirinhos têm costumes, crenças e hábitos completamente diferentes. E, justamente, por esta diversidade a comunidade é rotulada com os piores adjetivos, tais como: problemática, infernal e etc... Sendo que quem causa tais problemas não são os comunitários, e, sim as pessoas que impõem seus valores aos princípios e valores ribeirinhos.


Em meados do mês de outubro aconteceu um fato gravíssimo, onde uma professora, do ciclo de alfabetização teve que ir à cidade para comprar materiais à comemoração do dia do professor. Ocorre que esta docente havia pedido à coordenadora que assumisse sua turma, confiante que isto aconteceria foi fazer sua viagem. Mas para surpresa de todos não aconteceu, pois a coordenadora amanheceu ressacada e não pode dar aula, e nem compareceu na escola. Para resolver o problema da aula do ciclo de alfabetização, ela pediu ao agente de serviços gerais que assumisse a turma em seu lugar. Em nenhum momento esses deslizes foram considerado nos suspeitos relatórios do vice-diretor e do coordenador. E que estes são ligados a políticos. 

Mas essas questões pessoais que influenciam as decisões de interesse ou vingança não estão restritas ao polo Acutipereira. Em 2013, no Pacajá também se constataram situações semelhantes. Um professor foi denunciar o diretor de um núcleo do Pacajá, e chegou dizendo que ia transferir o professor, fato que se deu mesmo neste ano de 2014. Afirmou que não adiantava denunciá-lo porque o prefeito, a secretária de educação e outros poderosos do município o apoiam. O professor foi mesmo transferido para o núcleo do Camarapi.

Ainda no Pacajá, na escola Arco Íris, duas professoras foram lotadas neste ano com 200 hs, por serem irmãs de vereadores enquanto que a outra que já está nesta escola há vários anos ficou com apenas 100 hs.






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