Dizem os cientistas que sonhamos
todas as noites, porém, não recordamos de todos eles, daí dizermos que não
sonhamos determinada noite. Nesta noite, por exemplo, lembro-me muito bem do
sonho que tive.
Sentávamos num grupo para
formação de uma chapa para a nova diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em
Educação (SINTEPP), da subsede em Portel, quando foi levantada a suspeita de
infiltrados.
Não vi claramente a feição de
pelo menos dois traidores da representatividade educacional, mas um deles era
gordo e baixo, com feições que lembram Judas, diferindo um pouco na
constituição de sua barba, um pouco rala.
A segunda traíra era uma mulher,
de cor bem alva, alta e com barriga levemente protuberante. Nas suas palavras
havia uma manifestação de dúvida sobre seu posicionamento quanto a integração
na chapa. Possivelmente seria alguém sem convicção da sua natureza. Mas
deixemos para o próximo parágrafo.
Uma voz, não identificada na sua
origem (que eu poderia traduzir como em off – a imitar os termos televisivos
quando a personagem não aparece na tela, mas se sabe de sua presença por sua
voz apenas), a qual dizia, bem suavemente, que o gordo e atarracado que
lembrava Judas já tinha uma promessa de cargos, daí trair os demais
companheiros sindicais.
A branca, por sua vez, foi,
novamente, denunciada pela voz em off de que já havia sido beneficiada por uma
conjuntura que envolvia agentes do estado e que um agente municipal agira em
sua defesa a barganhar situações convenientes em determinada escola da cidade
de Portel, sem que ficasse claro qual unidade seria esta. Ora, normal que os
sonhos não apresentem tantos detalhes, daí entender que não há mesmo
necessidade de buscar o que não existe, exceto entender que são movidos por
parábolas, se é que me entendem.
Como todos já sonharam antes, o
lugar subitamente muda e já estou em uma casa na Floriano Peixoto. Dentro dela
está um homem vestido de branco, pele alva e de aproximadamente 1,70 cm de
altura, com mansa e clara forma de se expressar. Parecia um advogado, falando
como se quisesse interpretar tudo o que eu e outros mais falavam sobre o sonho.
Ao seu lado, um homem vestido de camisa escura, pele também escura, também
tinha a eloquência de um bom advogado, projetando de sua boca sapientes palavras.
E... booom! Acordei!
Interpretando o sonho
Enquanto muitos colegas nossos
planejavam uma festa que causou estrondos na cidade, nós, como nos tempos de
estudantes, mantínhamos o foco nos interesses coletivos, desta vez a manutenção
do sindicato em boas mãos, com pessoas capazes de enfrentar os piores ditadores
desta terra, sem curvar porque este órgão há de ficar eternamente por aqui tal
qual a instituição pública.
No meio de todas as histórias
sempre houve a traição e, coincidentemente, assisti a desenhos animados sobre a
vida de Jesus esta manhã, relacionei os fatos. Pensei, durante o filme, sobre
os nossos candidatos a prefeito que enterraram seus futuros políticos em
recente trama. Daí, concluí que o homem de branco seria Zaqueu Freitas, o homem
de fala mansa, cujo pensamento parece ser regrado antes de abrir a boca. Este
foi traído por entes de sua própria igreja, que Deus os perdoe, pois agiram
para satisfazer os mesmos desejos carnais que Herodes, a realização de majestosidade
só vista em esferas do mundo humano.
O segundo homem, de preto e com
capacidade de expressão clara de advogado de verdade, seria Miro Pereira, ao
qual o homem de branco falou-lhe: “Permaneça na sua convicção, que Deus te
guiará”.
Lá fora, por alguma razão
desconhecida, estavam pelo menos foi o que vi, duas pessoas. Não entraram e nem
foram convidadas, pois estavam ali a observar, sem se manifestar de qualquer
modo, nem com palavras, nem com gestos. Creio que aqueles de fora era o povo. Apenas
observavam, sem no entanto, reprovar a conduta dos dois, que estavam cercados
por vários outros além de mim, inclusive minha falecida mãe. Foi o meu sonho,
que sempre refutei em contar, pois são muito fortes.
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