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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Crimes contra as madeireiras de Portel

Em recente visita à vila do Elmo, no rio Pacajá, os vereadores, dentre os quais três são madeireiros, fizeram uma promessa árdua: impedir o fechamento da empresa Elmo Balbinot, que emprega centenas de pessoas, direta e indiretamente. O registro foi feito e publicado pela emissora filial da Record, a Amazon, e assistida por toda a população de Portel.

Durante a estada dos vereadores na vila para uma sessão itinerante da Câmara, a dona da empresa explicou que as atividades empresariais só vão funcionar até setembro. Diante disso,os vereadores assumiram publicamente o compromisso de não deixar esta empresa fechar as portas. O fato também foi veiculado na internet.

Caso mais essa empresa feche, a situação do desemprego só tende a piorar, fato que se agrava desde o fechamento da filial da Georgia Pacific (http://www.gp.com), um poderoso conglomerado com atuações em diversos segmentos das necessidades humanas. Riquíssima!

Uma pena, pois empresas como a AMACOL e Elmo Balbinot estão entre os poucos setores empresariais com compromisso social, mas é crível por diversas pessoas da comunidade, entre os quais empresários do setor que ninguém mais aguenta trabalhar. De acordo com pessoas ouvidas esta manhã, a fome dos setores de fiscalização só tende a aumentar. Um dos senhores abordados por mim afirma que no passado a propina de 25 mil reais a um chefe da secretaria de meio ambiente era suficiente. Já para o chefe do IBAMA em Breves, o valor de 200 mil reais bastava. Hoje, só se fala em um a dois milhões. O jeito mesmo é fechar as portas.
Algumas empresas não procuram trabalhar dentro da legalidade e não aceitam pagar propina e, no sentido de não se corromper, preferem encerrar suas atividades. Mesmo com aquelas propinas miúdas (eu não considero que 200 mil reais sejam considerados miúdos!) era bem fácil ter projetos de manejo aprovados. Disse outro homem que atualmente é preciso ter dinheiro pra dar desde o porteiro ao secretario da SEMA e o problema tende a aumentar os anos, pois as propinas só aumentam proporcionalmente.

Empresa como o Elmo precisa de projetos e títulos pra continuar trabalhando, dai pra ter esses dois, o pessoal quer muito dinheiro e este cidadão não quer ficar na ilegalidade igual aos outros, que usam da normativa 40. Veja por exemplo, no alto Pacajá há uma associação dos ribeirinhos que moram próximo a empresa. Os proprietários da empresa lutaram muito pra obter os títulos desses ribeirinhos, de forma que pudessem ser feitos projetos nas áreas por eles ocupadas. Logo, tais pessoas poderiam vender de forma legal pra a empresa do Elmo. Porém, depois de anos de intensa batalha, os títulos não saem!!!

Caso fossem concedidos tais títulos, os ribeirinhos poderiam vender a madeira deles de forma legal, agregando mais valor! Isso tudo porque, além da madeira, eles teriam o documento que proporcionaria a elevação do preço na hora de vender. Daí, nessa situação,tem que pagar proprina. E é uma mina para os fiscais, pois acontece com todos os madeireiros. Todos que possuem serrarias tem que dar alguma coisa, caso contrário não funciona.

Na SEMA existem engenheiros, advogados, analistas, etc. E o processo passa por várias mesas até chegar na mão do secretario de meio ambiente, que é quem assina o projeto. Depois de ter passado em todas as instancias, aí surge o problema: eles seguram o processo até sair a propina. Relatos dão conta que há pessoas dentro desses órgãos que rasgam as folhas ou mesmo excluem imagens das áreas e alegam depois que a empresa não apresentou. Não dá para acreditar que mesmo que uma empresa se digne a pagar um engenheiro pra ele esquecer algum documento importante para o processo?





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