Em recente visita à vila do Elmo,
no rio Pacajá, os vereadores, dentre os quais três são madeireiros, fizeram uma
promessa árdua: impedir o fechamento da empresa Elmo Balbinot, que emprega
centenas de pessoas, direta e indiretamente. O registro foi feito e publicado
pela emissora filial da Record, a Amazon, e assistida por toda a população de
Portel.
Durante a estada dos vereadores na vila para uma sessão
itinerante da Câmara, a dona da empresa explicou que as atividades empresariais
só vão funcionar até setembro. Diante disso,os vereadores assumiram
publicamente o compromisso de não deixar esta empresa fechar as portas. O fato
também foi veiculado na internet.
Caso mais essa empresa feche, a
situação do desemprego só tende a piorar, fato que se agrava desde o fechamento
da filial da Georgia Pacific (http://www.gp.com), um poderoso conglomerado com
atuações em diversos segmentos das necessidades humanas. Riquíssima!
Uma pena, pois empresas como a
AMACOL e Elmo Balbinot estão entre os poucos setores empresariais com
compromisso social, mas é crível por diversas pessoas da comunidade, entre os
quais empresários do setor que ninguém mais aguenta trabalhar. De acordo com
pessoas ouvidas esta manhã, a fome dos setores de fiscalização só tende a
aumentar. Um dos senhores abordados por mim afirma que no passado a propina de
25 mil reais a um chefe da secretaria de meio ambiente era suficiente. Já para
o chefe do IBAMA em Breves, o valor de 200 mil reais bastava. Hoje, só se fala
em um a dois milhões. O jeito mesmo é fechar as portas.
Algumas empresas não procuram
trabalhar dentro da legalidade e não aceitam pagar propina e, no sentido de não
se corromper, preferem encerrar suas atividades. Mesmo com aquelas propinas
miúdas (eu não considero que 200 mil reais sejam considerados miúdos!) era bem
fácil ter projetos de manejo aprovados. Disse outro homem que atualmente é
preciso ter dinheiro pra dar desde o porteiro ao secretario da SEMA e o
problema tende a aumentar os anos, pois as propinas só aumentam
proporcionalmente.
Empresa como o Elmo precisa de
projetos e títulos pra continuar trabalhando, dai pra ter esses dois, o pessoal
quer muito dinheiro e este cidadão não quer ficar na ilegalidade igual aos
outros, que usam da normativa 40. Veja por exemplo, no alto Pacajá há uma
associação dos ribeirinhos que moram próximo a empresa. Os proprietários da
empresa lutaram muito pra obter os títulos desses ribeirinhos, de forma que
pudessem ser feitos projetos nas áreas por eles ocupadas. Logo, tais pessoas
poderiam vender de forma legal pra a empresa do Elmo. Porém, depois de anos de
intensa batalha, os títulos não saem!!!
Caso fossem concedidos tais
títulos, os ribeirinhos poderiam vender a madeira deles de forma legal, agregando
mais valor! Isso tudo porque, além da madeira, eles teriam o documento que
proporcionaria a elevação do preço na hora de vender. Daí, nessa situação,tem
que pagar proprina. E é uma mina para os fiscais, pois acontece com todos os
madeireiros. Todos que possuem serrarias tem que dar alguma coisa, caso
contrário não funciona.
Na SEMA existem engenheiros, advogados, analistas, etc. E o
processo passa por várias mesas até chegar na mão do secretario
de meio ambiente, que é quem assina o projeto. Depois de ter passado em todas
as instancias, aí surge o problema: eles seguram o processo até sair a propina.
Relatos dão conta que há pessoas dentro desses órgãos que rasgam as folhas ou
mesmo excluem imagens das áreas e alegam depois que a empresa não apresentou.
Não dá para acreditar que mesmo que uma empresa se digne a pagar um engenheiro
pra ele esquecer algum documento importante para o processo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário