A barbárie toma conta desde a falta de apoio a professores |
Ao ler, numa revista masculina, sobre a “Dura labuta das
putas”, vi o quanto de trabalho e dispêndios a profissional do sexo é forçada,
se quiser continuar no ramo. Nesta semana, pude constatar as dificuldades do
professor que precisa de uma formação continuada e o fiz pessoalmente porque
também estou numa turma de pedagogia da UFPA, cuja porta de entrada foi o
PARFOR.
Gestores municipais que aderiram ao convênio estão deixando
de proporcionar condições aos professores que se deslocam para outros
municípios em busca da formação, especialmente daqueles que possuem apenas o
Médio para atuar no ciclo da alfabetização. Entre eles estão municípios como
Bagre, São Sebastião da Boa Vista e Portel, só para citar alguns.
Em Portel, por exemplo, os professores temporários foram
distratados no fim do último mês de junho. Sem condições financeiras de bancar
despesas longe de seus lares, vi a angústia, a tristeza e até as lágrimas de
professores que não recebem nem a ajuda para o transporte.
De Portel a Breves, cada professor gasta vinte reais e, somando-se
a volta nos fins de semana para ver filhos e cônjuge, mais vinte reais, sem
considerar gastos com lanches, almoço e transporte mais barato que é o mototaxi
no valor de 3 reais cada viagem. Na segunda, 7, gastei 3 reais com um mototaxi
para me conduzir a lancha que faz percurso entre Portel e Breves. Na lancha,
desembolsei mais 20, uma vez que não tenho a carteira de estudante, mas já
estou com a ficha de requerimento em mãos e aí poderei diminuir esse gasto em
50%. Em Breves, gastei 15 reais com um taxi. Para chegar até a escola onde
funcionam várias turmas da UFPA, despedi mais 3 reais e, na volta para a casa
de minha irmã, mais 3 reais. Um lanche de a 3 reais, aí envolvendo uma coxinha
e um suco de maracujá. Total num dia só: R$ 54,00.
Levo sorte por ter parente para me acolher. O mesmo não
acontece com a professora Ruthe, originária do município de Portel também. Ela
e mais colegas moram num quartinho, muito apertado. Além do sofrimento causado
pelo abandono por parte do setor público, há ainda a saudade e companhia dos
entes queridos, os filhos, esposo ou esposa. As perdas são imensas. Uma colega
teve sua bicicleta furtada de dentro da área da escola Elizete, já que nem o
governo de Breves nem a UFPA se dignificaram em prover um agente de portaria ou
vigilante para proteger pelo menos os bens dos estudantes.
Além da queixa de falta de cumprimento com as cláusulas do
convênio, os acadêmicos reclamam também da ausência de sinal de internet na
escola Elizete Nunes, assim como a distância entre essa unidade e o campus,
onde estão centrados recursos como biblioteca e outros, entre eles data show,
caixas de som, microfone. As salas também são quentes, com apenas uma provida
de um ar-condicionado do tempo do Ronca. Uma sala causou pavor com um curto
circuito nas instalações antigas e inadequadas da escola Elizete Nunes, mantida
pelo Governo do Estado.
Até mais sobre a Dura labuta dos professores!
Nenhum comentário:
Postar um comentário