O
Ministério Público Federal (MPF) recomendou à presidência do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que
realize a demarcação da área e a organização espacial do projeto
de assentamento da comunidade Corta Corda, em Santarém, no oeste do
Pará. Também foi recomendada a fiscalização para
verificar se os lotes estão sendo regularmente ocupados por
beneficiários do programa de reforma agrária.
O
Projeto de Assentamento Corta Corda foi criado em
novembro de 1997 para assentar 468 famílias (atualmente,
o projeto conta com aproximadamente 700 famílias). Mas há registro
de irregularidades desde a instalação do assentamento, como a
identificação de um número significativo de pessoas que ocupam uma
área do projeto, negociam as madeiras presentes nos lotes e depois
abandonam a terra.
Como
agravante, os assentados encontram-se em situação de abandono, pois
a estrada de acesso está em péssimo estado de conservação, além
da falta de água, escolas, posto de saúde e qualquer tipo de
assistência do Incra. Em contrapartida, de acordo com informações
em apuração pelo MPF, sobram denúncias de crimes ambientais, de
suposta invasão de terras públicas e ameaças de morte na
comunidade Corta Corda.
“A
notória
morosidade do Incra
na
demarcação e na reorganização espacial do projeto de assentamento
Corta
Corda tem contribuído para
a prática de diversos crimes, notadamente a degradação do meio
ambiente, sendo que, ao disponibilizar terra aos assentados, sem
delimitar as áreas, o Incra deu e continua dando tutela a esses
usuários para disporem dos lotes e da área da melhor forma que lhes
convier, sem importar se essa exploração implicará em degradação
ambiental”, afirmou o procurador da República Luís de Camões
Lima Boaventura, responsável pela recomendação.
Assim
que o documento for oficialmente recebido, a presidência do Incra
tem um prazo de dez dias para informar se vai ou não acatar as
recomendações do MPF. No entanto, o descumprimento das
recomendações implicará a responsabilização jurídica, como a
adoção das medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis pelo MPF,
inclusive na responsabilização por ato de improbidade
administrativa.
Acesse
a recomendação completa aqui.
George Miranda
Ministério Público
Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
Assessoria de Comunicação
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