A prefeitura de Melgaço, no Marajó, realizou no início da
etapa de julho a aula inaugural do Parfor no município, que, pela primeira vez,
será polo de três turmas do Parfor UFPA. O evento contou com a participação do
prefeito da cidade, Adiel Moura, do coordenador do campus de Breves, professor
Raimundo Sócrates, do coordenador geral do Parfor, professor Márcio Nascimento
e dos coordenadores dos cursos de Matemática, prof. Juaci Picanço, de Ciências
Naturais, prof. Lucídia Santiago e de Pedagogia, prof. Ludetana Araújo, além de
autoridades locais e do município vizinho de Portel.
A aula magna “Trajetórias da educação em Melgaço: conquistas
e desafios” ocorreu no ginásio de esportes Raimundo Nonato Farias e reuniu os
alunos das três turmas do Parfor. Na ocasião, foi lançado um livro, de autoria
do professor Agenor Sarraf, assessor do prefeito, que destaca a história de
Melgaço desde a sua fundação, ressaltando a importância do município para a
região.
Em agosto de 2013, o prefeito havia procurado a coordenação
do Parfor em Belém para solicitar a implantação de turmas para investir na
qualificação dos professores e melhoria da educação básica do município. Em uma
reunião realizada na UFPA, Adiel entregou para o professor Márcio Nascimento e
para o vice-reitor da UFPA, Horácio Schneider, o termo de compromisso da
prefeitura, destacando a boa infraestrutura e condições de ofertar o curso na
cidade.
De acordo com a prefeitura, o município tem 160 professores
que atuam da pré-escola ao 5º ano sem formação em nível superior. “É a partir
da formação de nível superior do professor que a educação pode melhorar esses
índices de qualidade do ensino. A maioria da população mora no espaço rural, é
essa população que nós precisamos atender”, afirmou o professor Agenor.
Depois do evento, as coordenações de curso visitaram as
escolas onde será realizada a etapa intensiva do Plano. A coordenação do curso
de matemática fez uma orientação acadêmica minuciosa, explicando os objetivos e
o funcionamento do curso, bem como os direitos e deveres de cada personagem no
curso.
“Todos na cidade e a turma nos receberam muitíssimo bem e
nos pareceu que, não só a turma, mas a cidade toda está bastante empolgada com
este novo e grande desafio”, afirmou a professora Joelma Morbach, coordenadora
adjunta do curso de matemática.
Para a professora Joelma, a dificuldade dos alunos do ensino
básico em aprender matemática é um reflexo da dificuldade que os professores
têm de ensinar a matemática, seja por falta de conteúdo ou por falta de novas
metodologias e instrumentos de ensino da matemática. “Nesse sentido, nosso
curso pretende oferecer esses e outros subsídios, como por exemplo, o ensino de
alguns softwares matemáticos, libras e educação inclusiva com um psicólogo, que
tornem melhores e mais efetivos tanto o ensino quanto a aprendizagem da
matemática”, explica a professora.
“Acreditamos também que a contribuição do curso vai além do
processo de ensino/aprendizagem de matemática, uma vez que qualquer curso em
nível superior ofertado, de modo sério, em um município com poucas
oportunidades, como a maioria dos municípios paraenses, dentre eles Melgaço,
torna-se acima de tudo um resgate da cidadania”, afirmou a prof. Joelma.
Coordenação visita o município de Bagre - A região do Marajó
tem recebido uma atenção especial do Parfor. Na mesma viagem, o coordenador
geral do Parfor UFPA, professor Márcio Nascimento, visitou o município de Bagre,
onde participou de uma audiência na câmara dos vereadores. Em seu discurso, o
coordenador sinalizou a possibilidade de implantação de duas turmas na cidade.
Para ele, o município se transforma com cursos como os do
Parfor. “Uma transformação é feita em cada município. Esses professores mudam
suas aulas nesse contato com a universidade”, afirma.
De acordo com o professor, as demais instituições que
participam do Parfor optam por criarem turmas em grandes polos, mas o
diferencial da UFPA é chegar em lugares que a universidade nunca foi.
“Resolvemos abrir turmas onde a universidade ainda não havia chegado. O Parfor
tem 54 polos e o Marajó é olhado com atenção”, disse o professor em seu
discurso.
“Tem que ver a demanda, em geral tem Pedagogia, Matemática e
Língua Portuguesa. Temos que pensar nesse calendário com certa urgência para
implantar as turmas em 2015. A Plataforma Freire abre para os municípios suas
demandas no final de agosto”, alertou o professor, que citou ainda as condições
físicas adequadas para a implantação dos cursos, como salas climatizadas,
biblioteca e laboratórios de informática com acesso à internet.
Texto: Thais Rezende - ASCOM Parfor
Fotos: Danilo Malato
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Publicado em: 10.07.2014
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