Sofri uma leve perfuração junto ao dedo do pé e, ao se
dirigir para a universidade, decidi ir ao hospital municipal. Lembrei da morte
do Domingos, que fazia deliciosos hambúrgueres na cidade de Portel e morrei
subitamente por acometimento de tétano.
Ao ficar longos minutos na fila, observei a dor de uma mãe.
Sua criança, que era portadora de necessidades especiais, engasgou durante o
almoço. “Aquela criança era a vida dela!”, disse uma colega lá da faculdade.
O corre-corre é idêntico ao de qualquer lugar com população
acima de 50 mil habitantes. Logo em seguida, chegava um ribeirinho que sofrera
um acidente de rabeta. Acidente de rabeta? Sim, essa modalidade de transportes
mudou radicalmente a vida do povo do interior, que não mais rema. Utiliza uma
canoa mais aperfeiçoada e dispõe de um motor a gasolina na popa, daí o nome
rabeta.
Fico preocupado ao ver, em Portel (e deve ser idêntico em
outras regiões do Marajó), criancinhas do ciclo de alfabetização dirigirem
essas máquinas, como se fossem personagens de desenhos animados, em tenra idade
com uma tecnologia avançada.
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