Bandas no Arucará: estaríamos mesmo em crise? |
Um grupo de servidores temporários do município de Portel
fez uma denúncia ao Comitê Gestor Estadual do PARFOR sobre descumprimento de
convênio cometido pelo prefeito de Portel, Paulo Ferreira e sua irmã, a
secretária de educação Ana Valéria Ferreira. No período inicial do curso de
novas turmas, 1200 servidores perderam seus empregos, causando sérios
transtornos ao andamento do curso frente aos custos de viver em terra estranha.
De posse das demandas encaminhadas pelo Comitê Gestor em
Belém, o coordenador do PARFOR/Breves se dirigiu ao município de Portel,
juntamente com o representante da UEPA Jefferson, no sentido de manter um
diálogo com o prefeito, secretária de educação e coordenadora local no
município, Marlieth, que é esposa do presidente da Câmara.
A viagem a Portel não trouxe nada de positivo, cujo conteúdo
de conversa foi relatado pelo próprio professor Sócrates diante de uma sala
lotada de professores de Portel e outros municípios na escola Miguel Bitar
hoje, 18, pela manhã. Socrates declarou que Paulo é “um péssimo gestor porque
eu o conheci”. “Enquanto ele”, falou, “for o prefeito, nenhuma turma será
implantada em Portel”.
Indaguei se esses acontecimentos não iriam prejudicar o
andamento do pleito de duas turmas de nível superior ofertado pelo PARFOR via
UFPA, o professor Sócrates disse que já houve uma tomada de medidas e,
juntamente com a UEPA, decidiram que não se implantarão turmas pela “falta de
compromisso” do prefeito e enquanto durar o mandato.
A coordenação do PARFOR está determinada a retirar a bolsa
de Marlieth, que atualmente recebe um valor mensal de R$ 1.300,00. Sócrates
disse que Marlieth “é débil mental” porque ele ouviu de sua boca que “a
universidade que é responsável por isso porque aceita esses que não são
efetivos”, ao que o coordenador rebateu dizendo que a declaração é feita pela
secretária de educação. Quando a etapa acabar, Marlieth será afastada, perdendo
a bolsa.
Diante desse embate
surgem novas denúncias de que contra-cheques estariam sendo forjados para
garantir vagas, assim como declarações acerca de quem não exerce a docência,
sendo apontado inclusive um marchante, num enrolado dilema que envolve desde
falsificação de documentos até falsidade ideológica, entre outros.
Uma professora presente à reunião disse que ouviu falar que
ela será punida por ter levado a queixa à coordenadora do curso de Pedagogia
Sonia Amaral, durante um encontro na maloca do Campus de Breves. “Mas quem são
os professores que estão indo ao senhor fazer essas denúncias?”, indagou a
secretária Ana Valéria. Sócrates retrucou que não tem nada a ver quem são os
denunciantes, que independentemente de denúncias, pois esse é um dos papéis do
coordenador: zelar pelo bom andamento dos cursos e cumprimento das cláusulas do
convênio.
“Esse cara não presta! Ele não tem nenhuma
responsabilidade!”
Se Portel está em maus lençóis, Bagre está em alta nos
conceitos do coordenador Sócrates, pois segundo ele, o prefeito daquele
município marajoara assumiu todos os compromissos e responsabilidades. Assim, o
município do secretário Odivan e do Gordo, atual prefeito, vai receber dois
cursos de Pedagogia e um de Teatro. Em resposta ao meu questionamento, Sócrates
disse que Portel tem uma turma em fase final de curso em Pedagogia e, após a
conclusão desse curso, a Pérola do Marajó não receberá nenhum outro curso
porque “enquanto esse cara estiver lá” esses dois cursos pleiteados pelo
município não irão nunca, pois “Esse cara não presta! Ele não tem nenhuma
responsabilidade!”, desabafou.
MELGAÇO
Se por um lado o prefeito de Portel se mostra intransigente,
as palmas vão para o prefeito de Melgaço que ouviu com sabedoria os
representantes tanto da UFPA como da UEPA e prometeu atender a todas as reivindicações
dos acadêmicos distantes de sua terra natal.
PORTEL
O pólo comporta 98 alunos
oriundos do município de Portel e, num momento desses, um acadêmico recorreu ao
coordenador para pedir ajuda em termos de alimentação, pois se passou o dia
inteiro com fome. E, em conversa com o prefeito Paulo Ferreira, obteve saldo
negativo.
CURRALINHO
Em conversa com a secretária do
município de Curralinho Rosiery Sales Monteiro, Sócrates disse que foi
garantida uma bolsa no valor de 200
reais, o que foi considerado inútil para o período de um mês. No sentido de
resolver a questão do distrato nos municípios de Curralinho e Bagre, Sócrates
ficou responsável por fazer contatos telefônicos com seus respectivos
secretários.
FESTAS
Enquanto houver festa, nenhum problema será visível |
Enquanto uns choram, outros fazem festa. No último fim de semana a prefeitura de Portel, em tom de ostentação, apresentou ao público presente na praia do Arucará nada mais nada menos do que Bruno e Trio, além de duas outras bandas paraenses. Uma professora declarou que não entende "como se pode fazer festas quando o município se diz estar em crise?"
Nenhum comentário:
Postar um comentário