Quase no final da primeira quinzena de dezembro e muitas escolas do setor rural de Portel estão sem aulas devido à falta de combustível. E olha que recentemente o prefeito de Portel assumiu o compromisso perante a Promotoria Pública em fornecer óleo para os barqueiros a fim de não suspender as aulas, mediante multa de mil reais diários em caso de não cumprimento do acordo.
O pior é que não há previsão para a distribuição de combustível aos barqueiros. Por outro lado, os professores são pressionados a voltarem ao campo para, segundo muitos professores, "maquiar a educação como estão acostumados". O que tais professores estariam fazendo no campo sem os alunos que moram distante? Acredita-se que não haverá mais fornecimento de combustível.
Diante desse dilema, a preocupação dos professores aumenta quando se trata de anotar o processo ponderado nas cadernetas nos anos iniciais e finais.
Há professores que estão inclusive fazendo turismo, já que não há combustível para levar os seus alunos até às escolas. Quando a maioria estava em greve - foi o maior marco histórico das greves da educação em Portel -, os professores eram acusados de não querer trabalhar. Agora constata-se que é mesmo falta de suporte material, ou seja, falta de combustível, porque depois da criação das escolas referências houve fechamento das escolas em cada comunidade e, com isso, houve a necessidade de contratar embarcações para o transporte dos alunos. Por outro lado, o SINTEPP sempre acusou a SEMED de não saber fazer planejamento.
Eu mesmo considerei, neste mesmo espaço aqui, o ano de 2016 como o ano perdido da educação, mas há quem prefira dizer que foi "uma total avacalhação", o que apenas troca em miúdos o pífio desempenho da secretaria de educação quando se trata do setor de combustível. Desse modo não há como se esperar uma digna valorização da educação do campo.
É sabido que muitos professores ficaram com medo da secretaria mais uma vez retirar a gratificação de longa distância e acabaram viajando sem mesmo ter condições, ancorando-se nas escolas onde estão lotados. É nesse ponto que acho que os professores têm razão em dizer que há mera maquiação, um fingir que dá aula, pois nega o direito da maioria dos alunos de uma classe frequentar as aulas.
Segundo uma fonte me confidenciou esta manhã, houve previsão de entrega de requisições para recebimento de combustível num posto da cidade. Até o momento do fechamento desta postagem, não houve mais confirmações. Aliás, o que mais se ouve é que muitas promessas não são cumpridas, mesmo aquelas assinadas perante o promotor público ou mesmo o juiz.
Corre forte boataria na cidade de Portel que o mês de novembro não será pago em sua integralidade, levando os professores a se preocuparem como nunca. A culpa, segundo a maioria dos que ouvi, recai nos gestores municipais, que peca na falta de estrutura necessária ao desenvolvimento das atividades. Sem o pagamento em dia, as programações de fim de ano ficam comprometidas, já que o prefeito não paga até o quinto dia útil. Isso deixa o professor aflitivo, que só recebe na metade do mês. O governo segue sem manifestar, apesar de pagar gordas somas à assessoria de imprensa.
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