Para fazer fracassar um aluno, não é necessário grande
empenho ou dedicação individual. Basta juntar os ingredientes necessários e não
interferir que o fracasso logo estará pronto para ser servido.
Siga corretamente as instruções:
# Tome um aluno, coloque-o na escola de barriga vazia
(cuidado: um dos segredos desta boa receita está no número de alunos por
classe, que deve ser sempre superior a trinta e cinco).
- Enquanto isso, escalde o professor em baixos salários. Com
uma faca pontuda e bem afiadas, faça furos em diversos pontos do seu auto
conceito, esprema bem até retirar todo o suco. Agora, coloque o bagaço do
professor em sala de aula frente aos mais de trinta e cinco alunos, ainda crus.
# Adicione aulas expositivas à vontade. O professor em
hipótese alguma pode levar em consideração o ponto de vista e/ou as
experiências do aluno, assim como seus próprios pontos de vista e experiências
não são consideradas pelas instâncias superiores. Os conteúdos devem ser
estanques e despejados rapidamente para não serem fixados. ATENÇÃO!!! não se
esqueça de retirar todas as idéias, tanto do professor quanto do aluno ou
diretor e jogar fora.
# Se os professores quiserem se reunir não consinta.
Separe-os e deixe esfriar. Lembre-se que a falta de integração é o tempero mais
importante nesta receita, pois através dela se descobririam meios de evitar o
fracasso do aluno.
-Refogue os professores e alunos numa escola sem recursos
materiais e refratária a qualquer influência exterior.
# Afaste o diretor, se ele persistir em ficar na escola,
procure sobrecarregá-lo com trabalhos de outros servidores. Bata no
liquidificador do descompromisso, desistimule bem, cubra a mistura com molho de
reformas educacionais, para as quais ninguém da escola deve ter sido
consultado.
#Finalmente,
decore com argumentos de que o aluno é mal
sucedido só porque trabalha e está cansado, leve ao congelador e esqueça.
# Está pronto o fracasso do aluno (e da escola também).
*inspirada na "Arte de Bem Colonizar" em da
Colônia ao Império. Paiva M. e Schwatez L. São paulo. Editora Brasiliense, 1982, via Ernanes Pinheiro no Facebook.
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