Os (as) trabalhadores (as) em educação da Rede Municipal de
Xinguara, na Regional Sul do Sintepp, atravessam duas semanas em greve contra
perdas salariais e retirada dos direitos adquiridos que está sendo orquestradas
pelo prefeito Osvaldinho Assunção (PMDB).
O Sintepp encaminhou para a administração municipal a pauta
de reivindicação da Campanha Salarial desde o início do ano de 2014, porém não
obteve resposta satisfatória.
Na assembleia que deflagrou a greve (04/04) tomou esta
decisão após realizar um estudo detalhado sobre as planilhas de reajuste e
revisão salarial. Entre os principiais questionamentos indicasse que atualmente
todos os trabalhadores em educação concursados apresentam perdas na garantia de
direitos adquiridos, como o quinquênio, por exemplo, referente ao período de
2002 a 2014; que os profissionais de apoio educacional já acumulam uma perda de
150% ao longo da carreira; além das perdas salariais dos secretários escolares
e auxiliares administrativos e o vergonhoso reajuste salarial proposto pelo
governo no valor de R$3,00.
A data para início da greve foi 14/04, durante os 10 dias de
intervalo entre a assembleia e o início do movimento paredista a comissão de
negociação do Sintepp buscou uma mediação junto à prefeitura, porém não houve
avanços e o movimento iniciou.
A principal alegação do governo pmdbista é de que não
existem recursos disponíveis para cobrir as reivindicações da categoria, pois
90% dos recursos do Fundeb já seriam destinados somente para o pagamento da
folha dos educadores, no entanto os trabalhadores querem saber o que foi feito
com R$ 655.599,94 (seiscentos cinquenta e cinco mil quinhentos e noventa e nove
reais e noventa e quatro centavos) que Xinguara recebeu só no ano de 2013.
A Coordenação da Subsede informa ainda há outro recurso que
deveria ser gasto com salários dos professores e não está sendo aplicado.
Trata-se do BB Repasse, que o município recebe todos os meses, como
distribuição de arrecadação ou complemento da união. No mês de janeiro, o valor
repassado foi de R$ 674.187,71 (seiscentos setenta e quatro mil cento e oitenta
e sete reais e setenta e um centavos). Já em fevereiro o repasse foi dobrado,
R$ 1.432.140,66 (um milhão quatrocentos e trinta e dois mil cento e quarenta
reais e sessenta e seis centavos). Porém o secretário de educação Vilmones da
Silva, não dialoga sobre o que está sendo feito com este dinheiro. Osvaldinho
tem que comprovar através de prestação de contas o que foi feito com os
recursos que são encaminhados à educação!
Na manhã desta segunda-feira (28), o Sintepp esteve no Fórum
da cidade para participar de uma tentativa de conciliação, convocada pelo juiz
Dr. José Admilson, porém o governo, além de não enviar representantes que
possam dar resolução aos impasses, ainda impetrou um pedido de exceção de
suspeição, dando por encerrada a audiência sem nenhuma perspectiva de consenso.
Vale lembrar que o governo já havia entrado como uma ação
para pedindo a suspensão da greve, e foi derrotado! Ou seja, até a própria
justiça concorda com a legitimidade das reivindicações da categoria.
A comissão de negociação salarial acatou a deliberação
assembleia de deflagração que indicara o percentual de 15,4% (que atingiria a
cobertura das perdas já expostas). Na tentativa de encerrar o IMPASSE a
assembleia permanente da categoria já indicou 10,4%, no entanto Osvaldinho e
seu secretariado escolhem ignorar os trabalhadores e jogar a questão para
resolução do Tribunal de Justiça do Estado. Por isso, os educadores afirmam: A
GREVE CONTINUA!
Mais de 80% das escolas do município estão paralisadas. E
além das questões salariais reivindica-se reforma e ampliação de espaços
escolares, realização de concurso público, melhoria na qualidade da merenda
escolar e no transporte dos alunos. O Sintepp vê a greve como a medida extrema,
mas não há como se manter inerte diante de tamanhas irregularidades.
Osvaldinho pague o que deve à educação!
Não há conquista sem luta!
Leia também:
http://www.sintepp.org.br/xinguara-retiradas-de-direitos-e-perdas-salariais-levam-educacao-a-cruzar-os-bracos/
Foto: Divulgação/facebook
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