“Portel é o fim do mundo”, disse um viajante recém-chegado a essas bandas. Presente no bar estava o delegado João Paiva, o qual deu ordem de prisão. O falastrão ficou preso por uma semana para nunca mais falar mal de Portel.
Essa foi uma história contada pelo próprio filho de João Paiva, Agnaldo Paiva, hoje candidato a vereador. O encontro se deu na própria residência do Tilan, como Agnaldo é conhecido. Conversa desse tipo é agradável porque a gente tem o prazer de conhecer fatos históricos do nosso município que não estão nos livros. E, para enriquecer ainda mais o bate-papo, contamos com a presença de Wilson Maranhão, que tem uma memória invejável.
Wilson Maranhão, que foi presidente do Fabril por quatro anos, antes de se mudar para o Jari. Como líder do clube mais querido de Portel, Wilson levou o time a vencer o campeonato portelense por três vezes . Citou os nomes de Toró, o eterno goleiro da equipe, assim como Oleno e Santos, inclusive do incidente em que Pedro Barbosa, jogando pelo Camel, quebrou a perna de Toró.
Como conversa vem e vai, lembramos até da Passarinho do Luar e Cinco Mil, passando também pelos vários lugares onde a escola Paulino de Brito funcionou. Segundo Maranhão, o primeiro prédio a sediar o Paulino foi onde se situa hoje a farmácia Farmalene para, em seguida, funcionar no local do escritório da Celpa, local da SEMED, Secretaria da Fazenda, Júlia Barbalho, Severiano de Moura e atualmente onde existiu o Hospital Marilda Nunes.
Wilson também lembrou a primeira professora de Portel, Merian Rodrigues Lourinho, a qual, apesar de ter nascido por aqui, nunca foi homenageada como já foram outras professoras como Graça Lima e Terezinha Paranhos. Para Wilson, Merian foi a primeira e a segunda foi a Dona Ieda. Na sua lembrança também vem a Dona Maria Miranda, ainda viva. A educação era muito severa naqueles tempos. Maranhão lembra que seu pai era prefeito da cidade e certa vez ele, seu irmão Batelão e mais 16 amigos bagunçaram na sede do Amazonas (onde hoje fica a Pousada Centro) e, ao ser comunicado que seus filhos estavam na briga, seu pai mandou prender a todos, indistintamente. "Para a educação começar em casa", disse o prefeito, segundo seu próprio filho, hoje com cabelo e barba totalmente brancos.
Se João Paiva não existe mais, nem a voz de prisão por falar mal de nossa querida terra, é certo que existe hoje a possibilidade de abrir muitas portas pelo fato de falar bem de Portel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário