No dia a dia encontro pessoas
maravilhosas com histórias fantásticas, como a ocorrida hoje, de forma breve,
mas proveitosa, com um historiador que viveu o passado de glória do futebol
portelense. É que estou escrevendo a história desse clube. Mas nem tudo são
flores. Há relatos tristes, como o que passo a contar agora. Narro-o para
explicar o comportamento de algumas pessoas que ainda vivem em Portel, cuja
solução parece residir unicamente na violência.
Ainda nos tempos de Seu Luso,
vivia em Portel um casal feliz. Ele era bonitão e ela uma princesa. Tal beleza
atraía os olhares dos homens venenosos. Cheios de dinheiro, inveja e cobiça,
resolveram matar o marido no intuito de ficar com a bela mulher.
Nesse tempo não existia lei em
Portel especialmente para os endinheirados. Andar armado e expor um revolver
era coisa normal para esses homens. Utilizando-se dessa deficiência, vários homens
atacaram o esposo da bela mulher e deram-lhe uma surra tão grande que pensaram
tê-lo assassinado. As pessoas, dentro de suas casas, espiavam pelas gretas, mas
ninguém ousava se meter, pois sabiam que os violentos homens fariam suas
vinganças.
Mal respirando, o homem foi
socorrido por Seu Luso. Entendível a ação, pois também era um homem de
dinheiro, cujos prédios ainda estão em pé até os dias de hoje. Luso, notando
que ainda havia vida naquele corpo, arrastou o pobre homem para dentro de seu
terreno. Quando o dia amanheceu, colocou-o em uma embarcação e mandou-o para
Belém. Recuperou-se e teve vontade de voltar para sua amada. Luso o advertiu
sobre a vontade insana dos homens do poder da época em não voltar a Portel,
pois seria morto.
O fato foi narrado por um dos
padeiros de Luso que, em uma de suas viagens, encontrou a vítima no município
de Breves. Contou que finalmente, após sua saída de Portel, os homens perversos
ficaram enfim com sua mulher. Anos depois esta mulher morria de câncer de colo de
útero. Porém, ao contrário de outros, este homem nunca desejou vingança e vê os
malvados velhos e no fim de seus dias.
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