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sábado, 11 de janeiro de 2014

“QUE SAUDADES DA PROFESSORINHA”

                                                                             Por: Luiz Sérgio de Carvalho

É indiscutível o benefício que algumas pessoas fazem às outras. Só o fato de haver contribuído com algo já é digno de se reverenciar. A formação moral das pessoas não deve vir só de casa, dos pais, e não vem. Tem uma figura importantíssima que colabora, e muito, no transcorrer de nossa educação: a professorinha.
Lembro-me que tínhamos poucas escolas na década de 80 e eram basicamente construídas na sede do município. A mais famosa delas era o Paulino de Brito. Dizem que sua primeira estrutura era onde hoje se encontra a Secretaria Municipal de Educação, vindo posteriormente a se fincar onde se localiza atualmente.
Outra bastante conhecida era a Escola Amazonas, escola fundada e mantida inicialmente pela Companhia Amazonas. Depois passou a ser de responsabilidade da iniciativa pública. Lá, lembro-me de ter cursado o ABC atrasado, o ABC adiantado e posteriormente a Cartilha Paraense. Pois é, mano velho, pra chegar ao primeiro ano teria que passar por essas etapas.
Lá encontrei pessoas maravilhosas e havia um respeito muito grande pelos profissionais. A Diretora nessa época era a Srª. Maria Dias Matos e toda vez que ela adentrava na sala de aula, imediatamente os alunos se levantavam da carteira e a cumprimentavam cantando uma musiquinha que começava assim:
“Bom dia, Diretora, Como vai? A nossa amizade nunca cai. Faremos o impossível para sermos bons amigos. Bom dia, Diretora, como vai?”
Amigos, essa musiquinha nunca saiu da minha memória. Talvez, hoje, não exista esse gesto respeitoso do aluno em relação ao Diretor ou Professor. Não sei se a profissão se tornou tão banal ao ponto de não se identificar no professor o seu grande mérito. 
Recordo que quando estudava no Stella Maris, em Soure, os alunos se perfilavam em frente da Escola e, antes de entrar, cantavam o Hino de Pará. Duvido que os alunos, atualmente, saibam pelo menos o início do hino. 
Bem, como eu ia dizendo, pelo Paulino de Brito e pela Escola Amazonas já passaram pessoas que nos trazem muitas saudades. É imperativo que eu cite nomes como a Professora Pequenina, mulher de pouca estatura, mas grande no exercício de sua profissão. Quem não conhece alguém que tenha sido aluno dessa docente? Eu próprio fui e sempre comento que foi uma das grandes educadoras desse nosso Portel. Hoje se encontra, me permitam essa heresia, ensinando os anjos e santos, ao lado do Altíssimo.
Outro grande tesouro de nossa educação é a professora Terezinha. Atualmente aposentada, encontra-se morando conosco, em Portel. Essa, também, pode-se fazer a constatação de que é um dos baluartes de nossa educação. Muitos conterrâneos estiveram sob os cuidados dessa senhora de talento inquestionável para transmitir conhecimentos. Recentemente, foi homenageada, em vida, pelas autoridades do município que lhe honraram dando seu nome a uma Escola. 
Uma outra que chegou a Portel lá pelos anos 70 foi a Professora Graça Lima. Foi uma daquelas normalistas trazidas pelo então Prefeito Felizardo Diniz. De capacidade indiscutível chegou a exercer a função de Secretária de Educação. Esta também teve a honra de ter sido homenageada pelas autoridades com o nome de uma escola.
Junto com ela vieram as normalistas Graça Arco-Verde, Irene e muitas outras que tiveram a coragem de se aventurar por uma terra desconhecida para exercer suas profissões.
Muitas outras, filhas da terra, também enveredaram pelo caminho da educação, são elas: Wilamy e Wilany, filhas da Tia Lourença com Seu Zezito, Wilma carvalho, Maria José Gomes, Graça Carneiro, Professor Baratinha, Dona Júlia, Dona Ivone e muitos outros.
Algumas chegaram a Portel e constituíram família tal como a Professora Margarida. Infelizmente já não está entre nós, mas deixou muitas saudades. Outras vieram e retornaram às suas cidades de origem, professoras como Sebastiana e Madalena, Edna Maués, Spinelli, Dona Joana e tantos outros.
Antes da professora Margarida vir a residir em Portel, sua irmã, Maura, moça de figura imponente, esteve por aqui trabalhando na educação. Dizem que todo aluno se apaixona por sua professora. Essa era de perder a cabeça porque a moça era de uma beleza inenarrável. Acho que na época, não só eu, porém, todos os alunos tiveram por essa professora um entusiasmo muito grande, uma atração ardente, um amor inocente. Opa! Desculpem-me a veemência com que estou me referindo à docente. Mas a moça era linda demais, belíssima. Parece que ainda não cresci. Retornei àqueles velhos tempos.
Tantas outras professorinhas colocaram seus conhecimentos a serviço da comunidade. Até as freiras de nossa paróquia deram sua contribuição na educação. São elas: Irmã Bernadete, Irmã Carmen, Irmã Neves, Irmã Noêmia, Irmã Antônia Eribe, Irmã Graça e muitas outras.
Com a popularização das faculdades, atualmente tornou-se mais fácil o ingresso em algum curso. Nossa cidade que praticamente tinha poucos professores formados agora conta com uma infinidade deles. 
Mas, que me perdoem os novos docentes, mas minha veneração pelas Professoras Pequenina, Terezinha, Graça Lima, Maria Dias Matos e as outras citadas me servem de inspiração para escrever e fazer essa homenagem a tão importantes criaturas que a tantas pessoas fizeram o bem e que são dignas de um respeito profundo.
Colocando à tona minha veia poética eu cito o compositor Ataulfo Alves. Assim fala o poeta em sua música e eu ratifico: “que saudades da professorinha que me ensinou o beabá”.

Até mais, na próxima semana eu volto se o Altíssimo permitir.

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