Por: Luiz Sérgio de Carvalho
É indiscutível o benefício que algumas pessoas fazem às
outras. Só o fato de haver contribuído com algo já é digno de se
reverenciar. A formação moral das pessoas não deve vir só de casa, dos
pais, e não vem. Tem uma figura importantíssima que colabora, e muito,
no transcorrer de nossa educação: a professorinha.
Lembro-me que tínhamos poucas escolas na década de 80 e eram basicamente
construídas na sede do município. A mais famosa delas era o Paulino de
Brito. Dizem que sua primeira estrutura era onde hoje se encontra a
Secretaria Municipal de Educação, vindo posteriormente a se fincar onde
se localiza atualmente.
Outra bastante conhecida era a
Escola Amazonas, escola fundada e mantida inicialmente pela Companhia
Amazonas. Depois passou a ser de responsabilidade da iniciativa pública.
Lá, lembro-me de ter cursado o ABC atrasado, o ABC adiantado e
posteriormente a Cartilha Paraense. Pois é, mano velho, pra chegar ao
primeiro ano teria que passar por essas etapas.
Lá
encontrei pessoas maravilhosas e havia um respeito muito grande pelos
profissionais. A Diretora nessa época era a Srª. Maria Dias Matos e toda
vez que ela adentrava na sala de aula, imediatamente os alunos se
levantavam da carteira e a cumprimentavam cantando uma musiquinha que
começava assim:
“Bom dia, Diretora, Como vai? A nossa
amizade nunca cai. Faremos o impossível para sermos bons amigos. Bom
dia, Diretora, como vai?”
Amigos, essa musiquinha nunca saiu
da minha memória. Talvez, hoje, não exista esse gesto respeitoso do
aluno em relação ao Diretor ou Professor. Não sei se a profissão se
tornou tão banal ao ponto de não se identificar no professor o seu
grande mérito.
Recordo que quando estudava no Stella
Maris, em Soure, os alunos se perfilavam em frente da Escola e, antes de
entrar, cantavam o Hino de Pará. Duvido que os alunos, atualmente,
saibam pelo menos o início do hino.
Bem, como eu ia
dizendo, pelo Paulino de Brito e pela Escola Amazonas já passaram
pessoas que nos trazem muitas saudades. É imperativo que eu cite nomes
como a Professora Pequenina, mulher de pouca estatura, mas grande no
exercício de sua profissão. Quem não conhece alguém que tenha sido aluno
dessa docente? Eu próprio fui e sempre comento que foi uma das grandes
educadoras desse nosso Portel. Hoje se encontra, me permitam essa
heresia, ensinando os anjos e santos, ao lado do Altíssimo.
Outro grande tesouro de nossa educação é a professora Terezinha.
Atualmente aposentada, encontra-se morando conosco, em Portel. Essa,
também, pode-se fazer a constatação de que é um dos baluartes de nossa
educação. Muitos conterrâneos estiveram sob os cuidados dessa senhora de
talento inquestionável para transmitir conhecimentos. Recentemente, foi
homenageada, em vida, pelas autoridades do município que lhe honraram
dando seu nome a uma Escola.
Uma outra que chegou a Portel
lá pelos anos 70 foi a Professora Graça Lima. Foi uma daquelas
normalistas trazidas pelo então Prefeito Felizardo Diniz. De capacidade
indiscutível chegou a exercer a função de Secretária de Educação. Esta
também teve a honra de ter sido homenageada pelas autoridades com o nome
de uma escola.
Junto com ela vieram as normalistas Graça
Arco-Verde, Irene e muitas outras que tiveram a coragem de se aventurar
por uma terra desconhecida para exercer suas profissões.
Muitas outras, filhas da terra, também enveredaram pelo caminho da
educação, são elas: Wilamy e Wilany, filhas da Tia Lourença com Seu
Zezito, Wilma carvalho, Maria José Gomes, Graça Carneiro, Professor
Baratinha, Dona Júlia, Dona Ivone e muitos outros.
Algumas chegaram a Portel e constituíram família tal como a Professora
Margarida. Infelizmente já não está entre nós, mas deixou muitas
saudades. Outras vieram e retornaram às suas cidades de origem,
professoras como Sebastiana e Madalena, Edna Maués, Spinelli, Dona Joana
e tantos outros.
Antes da professora Margarida vir a
residir em Portel, sua irmã, Maura, moça de figura imponente, esteve por
aqui trabalhando na educação. Dizem que todo aluno se apaixona por sua
professora. Essa era de perder a cabeça porque a moça era de uma beleza
inenarrável. Acho que na época, não só eu, porém, todos os alunos
tiveram por essa professora um entusiasmo muito grande, uma atração
ardente, um amor inocente. Opa! Desculpem-me a veemência com que estou
me referindo à docente. Mas a moça era linda demais, belíssima. Parece
que ainda não cresci. Retornei àqueles velhos tempos.
Tantas outras professorinhas colocaram seus conhecimentos a serviço da
comunidade. Até as freiras de nossa paróquia deram sua contribuição na
educação. São elas: Irmã Bernadete, Irmã Carmen, Irmã Neves, Irmã
Noêmia, Irmã Antônia Eribe, Irmã Graça e muitas outras.
Com a popularização das faculdades, atualmente tornou-se mais fácil o
ingresso em algum curso. Nossa cidade que praticamente tinha poucos
professores formados agora conta com uma infinidade deles.
Mas, que me perdoem os novos docentes, mas minha veneração pelas
Professoras Pequenina, Terezinha, Graça Lima, Maria Dias Matos e as
outras citadas me servem de inspiração para escrever e fazer essa
homenagem a tão importantes criaturas que a tantas pessoas fizeram o bem
e que são dignas de um respeito profundo.
Colocando à tona
minha veia poética eu cito o compositor Ataulfo Alves. Assim fala o
poeta em sua música e eu ratifico: “que saudades da professorinha que me
ensinou o beabá”.
Até mais, na próxima semana eu volto se o Altíssimo permitir.
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