Fiscal: Não fala, não vê e nem ouve? |
Após publicação no blog Educadores de Portel, vem a público
uma portaria, a de nº 002 GB/SEME/PORTEL, de 7 de janeiro de 2014, em caráter
complementar à emitida no dia 02 de janeiro de 2014, para regulamentar a
contratação de professores temporários da prefeitura municipal de Portel. E,
por sinal, eivada de contradições. Acompanhe e descubra por quê.
Logo depois que o blog emitiu nota sobre a ausência do
SINTEPP no processo de lotação para o ano letivo de 2014, o Conselho Municipal
de Educação também entrou na disputa por uma vaga no acompanhamento do processo
de seleção dos contratados.
Ocorre que o documento foi feito às pressas, desta feita
convidando, através de seu Art. 3º, diversos professores que são, em sua
maioria, formados em áreas específicas, mas sem esquecer de colocar membros do
SINTTEPP e Conselho Municipal de Educação, além de uma Comissão de Educação da
Câmara Municipal de Portel, como órgãos fiscalizadores. Suspeita-se que o
documento tenha sido preparado e publicado com data retroativa, pois a data do
título da Portaria 002 GB/SEMED/PORTEL anuncia o dia 07. Entretanto, o absurdo
trazido pela pressa produz uma data em contradição àquela posta no título com a
do final do documento, que anuncia 2 de janeiro. Mas a coisa não para por aí.
Além de nenhum vereador não comparecer através de sua
Comissão de Educação da Câmara Municipal, os dois segmentos (SINTEPP e Conselho
de Educação) ficaram de fora das salas onde se processa a exposição didática
dos candidatos. Isso gerou uma reunião no prédio do SINTEPP esta manhã, com o
escopo de dirimir um conflito de opinião.
Os membros, ao detectarem que um coordenador foi indicado
para participar da Comissão, sem prévia convocação dos demais coordenadores do
sindicato, decidiram não acompanhar mais o processo. A razão pela retirada está
amparada na tese de que não existe fiscalização se não há permissão dos órgãos
fiscalizadores entrarem no recinto onde os candidatos são perqueridos acerca
dos conhecimentos relativos à formação. Ficam, a nosso ver, como bananas, sem
querer mencionar o apelido de um dos membros do Conselho de Educação, que
também ficou de fora da sala, sem saber o que acontecia lá dentro.
Eu particularmente sou contra a comunicação de um órgão para
outro por meio verbal. Ora, convenhamos, o SINTEPP é uma instituição, assim
como o é a SEMED. Destarte, o ocupante de cargo em comissão, ao entregar um
documento em vias públicas, deixa de ser oficial para exercer o seu cargo na
informalidade, como se prefeitura e sindicato fossem galinheiros ou, em outra
acepção, Casa de Mãe Joana. Deste modo, concordo, em parte, que os membros
deixem de fingir que fiscalizem um procedimento que ocorre à portas fechadas. Digo
em parte, porque os “fiscais” se contentaram com os argumentos do diretor de
ensino, quando deveriam ser incisivos quanto à ausência de indicadores sobre o
procedimento da fiscalização ficar restrito a queixas que por ventura os
candidatos manifestassem acerca do procedimento. Qual contratado faz queixas
nessa terra que matou tantos índios?
O documento com as datas equivocadas anuncia, em seu art.
4º, os seguintes nomes que compõem a Comissão Provisória responsável pela 2º
fase do processo de seleção:
- Adenilson Santos de Souza;
- Carlos Alberto de Araújo;
- Cecília Chiguso Shimo;
- Benedito de Jesus Alves Pereira;
- Elizângela Braga Sales Vasconcelos;
- Maicon Raimundo Rocha Oliveira;
- Maria Benedita de Freitas Carvalho;
- Nelsono da Glória Alves;
- Rodilene de Carvalho Lobato Lobato Pinheiro;
- Vânia Lúcia Dias Matos.
O documento destaca que os membros do processo de seleção é
composto por dez docentes e coordenadores pedagógicos com larga experiência na
área educacional, além de afirmar que a escolha se deu por critérios como
formação acadêmica, experiência de docência, tempo de serviço e reputação
ilibada.
Por fim, acho válido salientar que a retirada dos membros do
SINTEPP dos corredores da escola Graça Lima foi sensata, pois no futuro
poderemos ser responsabilizados por fatos que não vimos, não ouvimos e não
sentimos, por fiscalizarmos algo que não é possível de fiscalizar.
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