Sem dúvida, a imagem dos poderes,
todos eles, estão maculadas. A opinião pública mostra claramente o seu
descontentamento em relação ao judiciário, executivo e legislativo. É o que
vamos ver nesta postagem.
Nos dias que se passaram, os
vereadores estiveram junto à superintendência da Caixa Econômica Federal, com o
propósito de destinar a Portel 10 unidades Caixa Aqui. Após a visita, que
diga-se de passagem foi bem sucedida, a presidência da Casa enviou ofícios a
centenas de comerciantes. O resultado da reunião foi pífio, com a presença de
apenas seis comerciantes. Em relação a
isso, fui em busca da provável razão de tanto “desinteresse”.
O desencadear dessa lacuna no
processo de melhoria das condições dos beneficiários dos programas federais –
em que pesem o sofrimento dos que madrugam sob chuva na frente do mercantil
Confiança -, existe um fator de luta social que aparentemente não tem nada a
ver. Só aparentemente, pois durante manifestação do SINTEPP por dias melhores e
atraso salarial, o povo invadiu a Câmara Municipal num momento em que os
profissionais da educação ameaçavam uma greve geral. Bradou um vereador: “O
SINTEPP não tem credibilidade para fazer uma greve”. No dia da greve veio a grande
resposta que nenhuma palavra poderia responder: o povo inteiro apoiou a “greve
dos professores”, que na verdade não é só de professores, mas de toda a classe
de trabalhadores da educação.
Nos dias que se sucederam, o SINTEPP
fez uma avaliação, não do jeito que sempre fizeram, entre os coordenadores. Realizaram,
neste sábado, uma avaliação envolvendo os pais de alunos. A atenção deveria
estar focada no Médio Anapu, onde a Câmara reunia itinerantemente. Não estava.
Os olheiros do governo estavam observando a movimentação do que poderia ser um
fiasco. Novamente o povo acompanhou os sintepianos. E isso, por si só, viria a
causar uma ciumeira só vista entre os candidatos em período eleitoral. E com
razão, pois os candidatos que foram derrotados pelo Pedro Barbosa se retraíram,
tanto que se pode berrar aos quatro cantos que Portel não tem oposição, exceto
Miro Pereira e, de forma institucionalizada, o SINTEPP.
A informação repassada pelos
soldados do governo dava conta de que a reunião, capitaneada pelo vereador
Ronaldo Alves, fora um sucesso. Bastou essa informação para as borboletas se
agitarem no estômago daqueles que estão encastelados no poder há pelo menos
oito anos. Em rede social, o vereador passou a ser atacado ostensiva e
sistematicamente. O motivo, sabidamente escamoteado, seria a denúncia feita
pelo vereador, na mesma rede, sobre uma força tarefa em catar gente que possa
testemunhar contra o doutor Evandro Santos, tido como o homem que entregou
cópias de documentos que podem levar à cassação do atual prefeito Paulo
Ferreira.
Dos poderes mais afligidos pelo
desdém do povo, certamente é o Poder Legislativo. Isso se dá porque é notória a
fragilidade econômica de nossos conterrâneos que, em cima disso, os vereadores
dependem financeiramente da prefeitura, sobretudo para manter o trabalho
relegado ao assistencialismo. Ou oferta algo ou não presta. Desse princípio
estrutural decorre a venda do mandato ao executivo, pois, com um salário que
não passa de 4 mil reais é impossível satisfazer as demandas da carga de gás,
da receita médica, da passagem e até das festas que são divulgadas nos
carros-som, do tipo “apoio do vereador fulano de tal”.
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