Famílias inteiras passam fome: |
Com mais
de 125 mil visitas, a gente se sente honrado em contar com um público ávido por
notícias da região portelense. Pesquisas de diversos pontos do Brasil apontam
para a questão da exploração madeireira em Portel. Assim, vamos dar uma breve
olhada no que está acontecendo no setor.
Enquanto
a crise se amontoa, o Conselho Consultivo do Caxiuanã se reuniu, na semana
passada, para tratar da licitação a ser concedida aos setores interessados na
exploração das ricas madeiras existentes ali. Participaram dela empresários
como Gilberto de Nadal, Helton Flores e também ONG’s de Portel. Para estas
últimas, a cota de participação ficou em 18%, enquanto que empresários de
diversas origens ficaram com 70%, os quais são oriundos de Melgaço, Breves e,
logicamente, Portel.
Enquanto
isso, os vereadores, juntamente com o prefeito, poderiam elaborar uma lei
municipal para toda a madeira ser beneficiada aqui. A sugestão, inclusive, não
foi minha. Foi do próprio prefeito Paulo Ferreira, nos tempos de campanha
política. Tentei manter contato com a assessoria, mas não houve resposta, pois
seria interessante saber se há alguma equipe trabalhando na elaboração de um
projeto nesse segmento.
É
imperiosa uma ação imediata no sentido de combater os prejuízos na economia de
Portel. Tanto é necessária, haja vista
que empresários do setor estão a dispensar trabalhadores para atuar no
esquentamento de madeira em toras. Ou seja, tais empresários combalidos
financeiramente, colocam a madeira no pátio para, em seguida, retirar tal madeira
em tora de novo. Assim, toda produção serrada se restringe num puro disfarce.
Segundo consta, um dos empresários mais conhecidos nas redondezas da sede do
município estaria recebendo R$ 10.000,00 por mês. Tal ganho seria no sentido de
manter uma fachada, mas a madeira é levada para fora do município.
Na Cikel,
as atividades estão paralisadas, dando sinal de vida apenas com os serviços no escritório
e poucos funcionários que estão dando manutenção às máquinas. A exemplo da empresa
acima citada (das redondezas da sede), esta empresa vê mais sentido de lucro na
de madeira em tora do que serrada. O fator impeditivo é o custo do Selo Verde,
que é muito elevado. Assim, com os custos nas nuvens, provocado pela elevação
do dólar e pela estagnação do preço da madeira, a alternativa encontrada é se
desvincilhar dos funcionários. De acordo com informações de moradores da vila, 80
funcionários foram remanejados para serviços de terraplanagem nas obras de Belo
Monte, num contrato muito lucrativo. Enquanto isso, os donos, como o Manoel
Pereira Dias, continuam trabalhando com extração, com dedicação à venda de
madeira em tora. No entender desses empresários, o serviço fica mais enxuto, ou
seja, há emprego de menos pessoal.
A crise
bateu tanto que tais empresários, para quitar dívidas, recorreram a pagamento
de pessoal com máquinas, óleo diesel, gasolina e outros produtos. Entre esses,
figura o empresário Josuel, dono da embarcação J. Junior. Com tráfego na linha
entre a sede e localidades do Alto Pacajá, a empresa a Cikel expedia passagens
para seus funcionários, chegando a possuir um débito tão grande que, para
sanar, entregaram uma maquina como forma de pagamento, além de óleo diesel.
Parem de
perseguir o blogueiro e trabalhem!
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